Massacre no Jacarezinho/RJ
Não somente a democracia brasileira tem sido atacada. Não somente a vida de mais de 400 mil cidadãs e cidadãos foi desperdiçada por uma política negacionista da ciência e orientada por interesses econômicos minoritários. Agora, o Estado brasileiro aponta a arma para os excluídos de sempre. A instituição que deveria proporcionar segurança é nossa ameaça. Na favela do Jacarezinho, 24 moradores foram mortos em uma operação policial que violou vários direitos invadindo casas sem autorização judicial, e executou sumariamente os suspeitos de sempre. A morte dessas pessoas, porém, não é um caso isolado ou acidental. |
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É resultado de uma longa história de arbitrariedades que incide sobre a população negra, indígena ou pobre. Conhecemos o passado dessas violências e sofremos solidários, mas agora tememos o que para o futuro elas podem ainda sinalizar: a repetição consciente de sua impunidade? Não. Tememos um Estado acima da lei – livre para matar e criar narrativas que não permitem contraposição. Nós, professoras e professores do Ceam, nos solidarizamos com as famílias das pessoas executadas e esperamos que as autoridades estaduais e federais exerçam as suas atribuições para responsabilizar os agentes policiais pela operação abusiva e para de uma vez por todas implementar com seriedade uma política de segurança afinada com os princípios da Constituição de 1988 e com os tratados internacionais de direitos humanos. |
Massacre no Jacarezinho/RJ